Abstract:
Em dezembro de 2019 surgia uma nova infecção, de etiologia desconhecida e assustadoramente contagiosa, causada por um vírus nomeado SARS-CoV-2. Diante deste cenário, é fato que otorrinolaringologistas e oftalmologistas apresentam alto risco de contágio e disseminação da infecção, pois realizam procedimentos a pequenas distâncias dos pacientes, e em contato direto com mucosas que podem gerar aerossóis e gotículas. Possíveis manifestações da doença COVID-19 pertinentes às especialidades citadas, como alterações das vias aéreas superiores, perda do olfato e paladar, além de alterações oculares, induzem os indivíduos suspeitos a procurarem os serviços de especialidades. Ainda, pacientes assintomáticos podem procurar os serviços devido a queixas relacionada às especialidades, e não pela doença COVID-9, levando os profissionais da saúde à exposição ocupacional. Diante desse problema, a Organização Mundial de Saúde (OMS) ressalta a necessidade de um planejamento nas organizações de saúde, como a criação de um serviço de triagem, separando pacientes sugestivos de COVID-19 dos demais usuários, possibilitando a utilização de equipamentos de proteção individual, e melhorando a formação dos profissionais de saúde. Nesse ínterim, o presente trabalho se propôs a identificar as mudanças do pronto atendimento especializado nas áreas de otorrinolaringologia e oftalmologia, visando a necessidade de reavaliação e criação de novos processos no intuito de demonstrar a competência na prática do trabalho. Para tal, conduziu-se um estudo de caso único, com abordagem qualitativa e descritivo, guiado por entrevistas semiestruturadas com 21 profissionais da saúde, além de análise de documentos internos e de um vídeo institucional. Como resultados, foram selecionados 255 trechos de narrativas, vinculadas a 21 códigos, agrupados em 7 categorias. O estudo permitiu identificar combinações de evidências relacionadas aos fluxos de pacientes suspeitos, mudanças estruturais, treinamento, dimensionamento e utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), considerados essenciais para redução da transmissão nosocomial.
