Abstract:
A influência das pessoas na complexidade dos projetos abre espaço para a discussão sobre diversidade de competências de gestores de projetos, exigindo dos mesmos cada vez mais soft e hard skills adequadas. Neste sentido, ainda há uma crescente discussão sobre abordagens de gerenciamento de projetos no mundo corporativo, valorizando aspectos como o fator preditivo, a agilidade e o equilíbrio almejado pela abordagem híbrida. Com base neste contexto, esta pesquisa objetiva apresentar um framework para adequar competências dos agentes de transformação ao tipo de abordagem a ser aplicada em gerenciamento de projetos. Vale ressaltar que a denominação de agente de transformação aqui empregada diz respeito àquele que inicia ou mantém um esforço de mudança, sendo ele gerente projetos, agile manager, scrum master ou similares. Para tanto, este estudo adota, para alcançar este objetivo, uma abordagem mista de pesquisa, seguindo inicialmente uma perspectiva qualitativa e, na sequência, uma abordagem quantitativa. Inicialmente a problemática de pesquisa foi construída a partir da condução de três revisões sistemáticas da literatura. A primeira para entender as competências do agente de transformação. A segunda para entender os desafios que as empresas tem enfrentado no aspecto pessoas para a transformação digital. Por fim, a terceira visou entender quais as abordagens híbridas disponíveis e como elas são estruturadas. Assim, a segunda etapa foi composta de entrevistas em formato de focus group adotando como padrão uma abordagem mista, mesclando perguntas abertas com dois instrumentos que utilizam variáveis linguísticas como base para aplicação da lógica fuzzy, um método para trabalhar dados imprecisos, como por exemplo, quantos graus determina ser quente ou frio. As entrevistas foram realizadas com dois grupos de gestores de uma instituição financeira, um grupo no pré-teste e outro grupo na etapa final, ambos responsáveis pelo time de agentes de transformação nesta empresa. O terceiro e último estágio da pesquisa foi a aplicação do framework, utilizando a lógica fuzzy para direcionar o agente de transformação para o projeto mais adequado, alinhando as competências às necessidades do projeto e, por fim, sendo feita nova entrevista com o grupo inicial, responsável pela aplicação, com o objetivo de coletar feedbacks e avaliar se o framework foi coerente e apresentou resultados positivos. A contribuição desta pesquisa está na oportunidade de os tomadores de decisão levarem em consideração as competências e as abordagens para identificar quais agentes de transformação são mais adequados para um determinado grupo de projetos. Outra contribuição foi a construção de um aplicativo que, junto com a propriedade intelectual foram
protocolados no registro de patentes sob número 512020001614-6 para efeito de futura produção tecnológica.