Abstract:
Introdução: A superlotação nos Serviços de Emergência Hospitalar (SEH) é um fenômeno mundial e se caracteriza quando todos os leitos estão ocupados, existem pacientes acamados nos corredores, o tempo de espera para atendimento se encontra acima de uma hora, existe alta tensão na equipe assistencial e grande pressão para novos atendimentos. A superlotação no SEH indica baixo desempenho do sistema de saúde e induz à baixa qualidade assistencial. Pode representar uma ameaça aos direitos humanos tanto dos usuários quanto dos trabalhadores. O tempo de permanência hospitalar é o principal indicador de aglomeração. Uma vez reconhecido
o problema da lotação, superlotação e aglomeração no pronto socorro adulto de um hospital terciário da zona norte e as implicações que esses problemas causam no paciente, na equipe assistencial e na instituição hospitalar faz-se necessário analisar esse problema e propor possíveis intervenções. Objetivos: Identificar as possíveis causas referentes à aglomeração e à superlotação no SEH bem como suas consequências; descrever o perfil dos pacientes utilizando a classificação de risco de Manchester; abordar os momentos de intervenção no período préhospitalar,no intra-hospitalar e no momento da alta hospitalar; analisar os efeitos das intervenções; comparar os dois momentos, antes e após a aplicação das medidas, utilizando como indicadores o tempo médio de permanência no SEH e hospitalar; e analisar os resultados com a implementação de diversas medidas estratégicas para combater a aglomeração e
superlotação no SEH. Metodologia: Trata-se de um estudo de caso descritivo, longitudinal e quantitativo avaliando dois períodos (2018 e 2019), utilizando indicadores que foram
analisados estatisticamente por meio de tendência central (média) e medida de dispersão
(desvio-padrão), comparando ambos os momentos de avaliação se utilizando o teste Student para avaliar os impactos inerentes das medidas de gestão estratégicas propostas. Resultados da Pesquisa: O tempo médio de permanência geral em ambos os períodos não apresentou diferença significativa do ponto de vista estatístico, porém houve uma diminuição estatística significativa na média de permanência no Pronto Socorro. Ainda, a média de internações no ano de 2019 foi significativamente menor do que no ano de 2018 bem como a média de altas.
Constatou-se diminuição do número de funcionários no P S e na instituição como um todo o que pode ter contribuído para a inefetividade das medidas implantadas. Considerações Finais: A aglomeração e superlotação em SEH é um problema complexo. O serviço hospitalar de emergência constitui um ponto crítico dos hospitais públicos e por vezes utilizados como porta e entrada para os usuários do SUS. Este estudo demostrou o uso inadequado dos serviços de emergência pelos usuários. Provavelmente a demanda por serviços de saúde e a redução do quadro de funcionários contribuíram para que as medidas implantadas no CHM não fossem eficientes na redução do tempo de permanência do hospital. Uma das maiores contribuições deste estudo resume-se ao fato de que se deve fazer o uso criterioso dos recursos em saúde e evitar a redução do número de funcionários.
