Abstract:
A temática da segurança e proteção do paciente e suas implicações tem sido discutidas com mais atenção nos últimos anos. Estima-se que milhões de indivíduos em todo o mundo sofram danos, lesões ou morte devido à deficiente prestação de cuidados em saúde. Políticas voltadas à cultura da segurança em serviços de saúde tem sido considerada um forte indicador de qualidade do atendimento prestado. Diante da importância do tema, a questão que norteou este estudo foi: Quais os conhecimentos dos profissionais de saúde e acompanhantes/cuidadores dos pacientes pediátricos (pais/responsáveis) sobre os eventos adversos e como atuar de forma a melhorar a gestão em segurança ao paciente infanto-juvenil? Desta forma, foi realizada uma pesquisa de campo, em uma enfermaria de pediatria, com abordagem exploratória, quantitativa e descritiva. Foram aplicados dois questionários. Profissionais de saúde formaram o grupo 1 (n=40), e responderam ao questionário HSOPSC, validado para a realidade brasileira e disponibilizado para utilização nos serviços de saúde. O grupo 1 apresentava o perfil de trabalhar neste hospital entre 1 e 5 anos (57,5%), com uma jornada de trabalho entre 20 e 39 horas/semanais (52,5%), segundo grau completo (37,5%) e desempenham, principalmente, o cargo de auxiliar de enfermagem (35%), atuando diretamente com o paciente em sua totalidade (100%). A maioria é do sexo feminino (87,5%), com idade média de 37 anos de idade. Enquanto para o grupo 2 (n=52), formado pelos acompanhantes/cuidadores, foi aplicado um questionário adaptado, identificando as medidas de segurança local e o conhecimento acerca as questões da segurança do paciente. O perfil do grupo 2 é caracterizado, em sua grande maioria, como mulher (80,8%), mãe (57,7%) com idade média de 31 anos, com o primeiro grau incompleto (57,7%) e procedente da cidade onde fica localizado o hospital estudado (Mauá – SP = 69,2%). Nesse estudo, vários aspectos foram observados e relacionados acerca da cultura de segurança, divididas em dimensões e itens. Avaliadas respostas positivas e negativas, de acordo com resultados estatisticamente significativos (p < 0,05). Os resultados encontrados sugerem e identificam possíveis falhas e contribuem à gestão da segurança do paciente no ambiente hospitalar. Por fim, entende-se que existe uma grande necessidade em compreender que hábitos devem ser modificados e novas rotinas estabelecidas. Novos papeis devem ganhar força nessa cadeia e passar a exercer significativo ganho na causa a favor da segurança do paciente.