Abstract:
O fácil acesso, a variedade e o aumento do consumo de medicamentos em diversos segmentos de saúde estão se tornando um problema ambiental e de saúde pública, uma vez que o descarte incorreto dos resíduos, feitos pela população no meio ambiente, por falta de uma legislação específica, reflete diretamente nos processos de Logística Reversa (LR) dos medicamentos vencidos. A criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) busca amenizar e resolver essa necessidade ligada ao meio ambiente, porém é importante conhecer o papel do varejo farmacêutico e propor ações de responsabilidade compartilhada no gerenciamento de resíduos entre todos os stakeholders. Esta pesquisa tem como objetivo analisar a participação de farmacêuticos gestores e farmacêuticos responsáveis técnicos, na cidade de São Paulo na Logística Reversa de medicamentos vencidos ou em desuso frente à PNRS. O trabalho é um estudo de caso de caráter exploratório, qualitativo e quantitativo, que envolve a realização de entrevistas com farmacêuticos atuantes no varejo e um gestor atuante na área de LR de medicamentos. Os dados coletados foram tratados e analisados de forma descritiva por meio de gráficos e de forma estatística utilizando software SPSS. Os números obtidos no presente estudo demonstram que a realidade da Logística Reversa no varejo farmacêutico no município de São Paulo é frágil e que os estabelecimentos não estão integrados e preparados para compartilhar a LR com os outros elos da cadeia. De um total de 161 entrevistados, 79 (49% da amostra) não sabem ao certo a destinação final de medicamentos vencidos no pós-consumo e, por outro lado, 113 entrevistados (70% da amostra) se dizem conhecedores dos malefícios causados ao meio ambiente pelo descarte irregular de medicamentos.